Na água, submergiu
Submerso, surgiu
fluidez, silêncios líquidos, movimentos sutis, vozes de
sereia
Submerso, riu
com ostras indiferentes, algas felizes e cavalos marinhos
tristonhos
Submerso, curtiu
a pluralidade da
fauna marinha, a água deslizando pela pele
Submerso, sentiu... água roçando poros, corais protegendo as espécies
Submerso, permitiu
Homem-peixe que já voou e plantado esteve, queria estar
livre na água
Eis então sua tão sonhada liberdade
No não-lugar, onde nada ou ninguém o regula ou vigia
Que mesmo parado pode movimentar-se pois a água tem
movimento próprio:
O balançar das ondas, a força das correntes e a influência
da lua.
Mas mesmo no seu místico
e misterioso habitat não mergulha tão fundo.
Submerso, regrediu
Tem certo medo do tão almejado desconhecido. (submerso-infantil)
La, nas profundezas, é mais escuro pois a luz do sol não alcança
Pode guardar
monstros sinistros devoradores de sua segurança
Emergindo medos primitivos que nem cardumes valentes confrontem
Seus segredos, nem o sensível amigo cavalo marinho,
descriptografou.
Submerso vadio...
Mergulhado em si mesmo e nas miragens marinhas
Afogou-se em seus sonhos
Que é terreno seguro pra uns
E arenoso pra outros
E, submerso, dormiu.
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