terça-feira, 20 de agosto de 2013

Homem-peixe (ato 3)


Na água, submergiu
Submerso, surgiu
fluidez, silêncios líquidos, movimentos sutis, vozes de sereia

Submerso, riu
com ostras indiferentes, algas felizes e cavalos marinhos tristonhos
Submerso, curtiu
 a pluralidade da fauna marinha, a água deslizando pela pele
Submerso, sentiu... água roçando poros, corais protegendo as espécie

Submerso, permitiu
Homem-peixe que já voou e plantado esteve, queria estar livre na água
Eis então sua tão sonhada liberdade
No não-lugar, onde nada ou ninguém o regula ou vigia
Que mesmo parado pode movimentar-se pois a água tem movimento próprio:
O balançar das ondas, a força das correntes e a influência da lua.
 Mas mesmo no seu místico e misterioso habitat não mergulha tão fundo.

Submerso, regrediu
Tem certo medo do tão almejado desconhecido. (submerso-infantil)
La, nas profundezas, é mais escuro pois a luz do sol não alcança
Pode guardar monstros sinistros devoradores de sua segurança
Emergindo medos primitivos que nem cardumes valentes confrontem
Seus segredos, nem o sensível amigo cavalo marinho, descriptografou. 
Submerso vadio...

Mergulhado em si mesmo e nas miragens marinhas
Afogou-se em seus sonhos
Que é terreno seguro pra uns
E arenoso pra outros

E, submerso, dormiu.

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