quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

Péricles e Poliana.

Péricles, Pernambucano... (Petrolina). Pianista, poeta, pintor... polivalente. Polêmico, pessimista, problemático, paranóico. Porém perspicaz, presunçoso... personalidade paradoxal! Produz paródias, planta palmeiras, planeja politicagem, pretende passear por Paris, Pequim, Palermo, Pensilvânia (provável poliglota) .

Passeando pelo pântano passa por privações. Petisca pinha psicodélica, pamonha podre.... passeio pavoroso, perrengue previsto!
Pobre Péricles. Preguiçoso, preocupado, percebe pássaros, pintassilgos, patos, perdizes, passeando pelo penhasco pluralizado. Perto, pelo pântano, puta peituda, provocante, pornográfica, passeia protagonizando poderosa produção.

Plena paixão primitiva.

Poliana, perfil perfeito para procriar (pecadora, porém parceira), postula preço. Pergunta principal: “pode pagar?” Péricles, pirado, protesta perguntando:“ porra! Pirulito pode?” pensa positivo: “Precisa purificar-se, pedir perdão, preferencialmente politicamente padronizado” (punição pelo passado)... (princípio pro precipício)...

Puta pragmática, prodígio plebeu.

terça-feira, 20 de outubro de 2009

Para ler.


Questão educacional e de formação do sujeito : o livro traz a estória de um pai sem dinheiro, desempregado, em tempos difíceis. O filho problemático, indisciplinado e sem querer frequentar a escola. Esse conjunto de fatores leva o pai a fazer uma proposta ao filho de 15 anos. O menino poderia sair da escola - e ficar sem trabalhar e sem pagar aluguel - desde que assistisse semanalmente a três filmes escolhidos pelo pai. Com essa aposta diferente na recuperação e na formação de um rapaz que está 'perdido', formaram o clube do filme. Semana a semana, lado a lado, pai e filho viam e discutiam o melhor (e, ocasionalmente, o pior) do cinema.
Até que ponto os conteúdos que vemos na Escola são de fato funcionais para a nossa vida no dia-a-dia? Apenas o cinema, mediado por um "tutor", pode dar uma formação moral, lógica e crítica para a vida?

Para ouvir.


Ultimamente tenho ouvido essa artista talentosíssima, filha de um cubano com uma brasileira. Sua rica sonoridade exprime sua alma latina. Sua voz serena e acolhedora quando canta em português, trasforma-se pra um tom sedutor e poético quando canta em espanhol. Consegue mesclar sambas com um tom de bossa nova, rumbas cadenciadas, chorinho com bolero, uma mistura de pandeiros, congas e instrumentos de sopro (especialmente o trompete), que assim resume no seu cd a cultura musical dos dois países. Vale a pena conferir pra todos aqueles que têm uma alma latina.

domingo, 11 de outubro de 2009

Universo peculiar.

A diversidade dispersa
A imensidão amedronta
A indefinição seduz
O heterogêneo acrescenta
A natureza emociona
A arte envolve
O esporte purifica
O feminino fascina
A música encanta
A criança alegra
O rústico convida
A rotina paralisa
O trivial cansa
O convencional deprime
O clichê aborrece
A burocracia enerva
A arbitrariedade enoja
A simplicidade( minha melhor amiga)confidencia
A ostentação é leviana
O luxo é um excesso desregrado
Corrompido cinismo debochado
Repúdio a crápulas baratos
Atores sociais nefastos
Na multidão, a solidão
Na humildade, a coragem
No diálogo , a sabedoria
A manhã entristece
A tarde enobrece
A noite acolhe
A madrugada inspira
Intuição, fiel companheira
Serenidade, eterno conforto

domingo, 30 de agosto de 2009

É agua do mar... é maré cheia ôôô!



Desde a infância, sempre tive um fascínio místico e instintivo pelas coisas da natureza, especificamente pelo mar. Desconfiava intuitivamente que ele sempre tinha algo a me ensinar. Apenas observando seu funcionamento ou em convívio direto com sua correnteza, acreditava que podia extrair analogias, metáforas sobre a figura de linguagem que é o mar. Sua imensidão infinita, quase incompreensível, de grandeza misteriosa e desconhecida, regido de leis próprias, influências da lua, corretenzas, fluidez da água e sua capacidade adaptativa e maleável, o seu cheiro salgado, e, especialmente, a condição que ele nos proprociona de navegar. Era um caldeirão mágico-lúdico de sensações, diversidades e fantasias .


A vida é um navegar. Ora estamos sem bússola, mas com o leme na mão; ou sem o leme mas com a bússola; quando acontece de estarmos sem bússola e sem o leme ficamos por conta das corretenzas e dos ventos (isso pode ser perigoso, por vezes o mar tem o seu lado traiçoeiro que nos leva a lugares indesejados). Fato é que todos nós queremos atracar nosso barco num porto seguro, numa ilha acolhedora. (tem barcos de todos os tipos: a motor, a vela, a remo!).


O mar é calmaria e fúria
O mar é claro e escuro
O mar é amigo e traiçoeiro
O mar é sonso,irônico, faceiro, astuto
O mar não se entende, ele tem o seu tempo indefinido e seu ritmo peculiar
O mar é contradição em busca de unidade
Uma fauna sem identidade

terça-feira, 11 de agosto de 2009

Banalizaram a farofa.


Farofa d'agua. Faroda de manteiga. Farofa de linguiça. Farofa de ovo. Farofa de carne de fumeiro.Acompanhamentos divinos. Porém ,sempre quando alguém está se comportando fora do padrão, muito chamativo, de forma indesejável, brega ou algo muito descontextualizado chamamos de "farofeiro" ou que está fazendo "farofa". Eu queria saber porque a coitada da farofa foi usada para designar tal comportamento inapropriado. Uma coisa tão boa, que todos nós nordestinos gostamos de comer. Tem relação com a origem cultural e nordestina do prato? A transposição do conceito já é natural, que não deixa de ser uma metáfora, apesar de ja havendo generalizada internalização do termo como algo comum. Mas , como se construiu essa metáfora? Proponho chamar de "temakeiros" aqueles que fazem "farofa" por ái a fora. Não combina né? Eu gosto de farofa, portanto sou um farofeiro!

quarta-feira, 22 de julho de 2009

A Carnavalização das Festas juninas


O São João é uma festa tradicional do nosso calendário. Festa popular que manifesta parte da cultura e do folclore do povo brasileiro, em especial o nordestino. Comidas e músicas típicas, danças, rituais, vestimentas originais, troca de receitas e pratos, festejar, dançar e comer compartilhando com os vizinhos, enfim. É uma festa que ainda consegue (ou conseguia) simbolizar o caráter comunitário, democrático, cultural e histórico dos homens. Justamente porque demonstra a solidariedade quando compartilha, a democracia quando não exclui, socialização quando integra, além da cultura e da história se manifestarem através do folclore junino.


Um fenômeno que vem se tornando cada vez mais comum é a “carnavalização” do São João. Festas de camisa, camarotes de luxo dividindo o público pelo seu poder econômico, a inserção das bandas de axé nos palcos, dividindo as atenções com os forrozeiros, whisky com energético, presença de trio-elétrico etc. Notem que esses artefatos artísticos-culturais, que são todos importados do carnaval, vêm invadindo as comemorações juninas de forma cada vez mais significativa, e já começa, sim, a descaracterizar o São João, que, enfraquecido parece não ter autonomia, e já demonstra parecer um mero “segundo carnaval do ano”.


Cadê os amendoins, as canjicas, os traque- de- massa, as chuvinhas, o rojão, a cobrinha o milho assado, o licor, o trio nordestino, as bandeirolas o mingau de tapioca que tomamos no vizinho (e pegamos seu chapéu de palha emprestado e não devolvemos rs), as camisas quadriculadas, as calças jeans remendadas, os jogos, as brincadeiras? É a “prostituição capitalista” do popular para o pop, do tradicional para o marketing comercial.

A verdade é que a indústria empresarial do carnaval já percebeu há muito tempo o São João como um negócio, um produto de mercado, um terreno fértil para seu plantio e colheita de lucros, e como tal tenta revesti-lo ao seu modo, travestindo os tradicionais costumes do São João em uma logística carnavalesca. “Traje” mais acessível ao consumo, a contratos com cervejarias milionárias patrocinadoras que botam sua marca no lugar das tradicionais e extintas bandeirolas. A idéia de vender um são joão com luxo, conforto e mega espetáculos parece ser mais convincente e viável ($), do que vender ou vivenciar algo mais rústico, primitivo e aparentemente sem atrativos comerciais espetaculosos.
Para delírio dos “foliões-juninos” e infelizmente pra mim, o São João está se “carnavalizando”. Mas que mal há nisso? Afinal na Bahia tudo é festa, não é mesmo?

domingo, 5 de julho de 2009

NÃO CONFUNDA!


Não confunda campear com capinar
Nem jardineiro com carpinteiro
Lampião com lamparina
Nem cangaço com chacina

Cutia com preá
Nem javali com jabuti
Oportunismo com altruísmo
Nem banal com crucial
E urbano com rural
Ou interior com capital

Não confunda leveza com destreza
Nem maestria com simpatia

Frescura com amargura
Fracasso com fracote
pescoço com cangote
Ou deboche com fricote
E axé com pagode

Não confunda atabaque com tambor
Nem timbau com agogô
Rumba com salsa
Nem bolero com valsa

Cisco com fanisco
Nem marisco com petisco
Testamento com documento
e distraído com atento


Brócolis com couve-flor
Nem sofrimento com dor
Não confunda macaco com mico
conversa com fuxico
Mastro com maestro
Nem canhoto com destro

Não confunda sinusite com rinite
Nem bronquite com hepatite
Ou gripe com gastrite

Confunda confusão com compreensão
o sim com o não
o certo com o errado
e o concreto com o abstrato

segunda-feira, 29 de junho de 2009

O IPI e a Escola


O "IPI"- imposto sobre produto industrializado- se mantém reduzido. Carros, televisões, câmeras fotográficas cheias de pixels, ipod, laptops, MP 10 etc. Está tudo mais barato. É o que diz a mídia, pelo menos assim ela divulga, que está tudo por um preço mais acessível (ou seria menos absurdo?) e que tem prazo para acabar essa "liquidação". O IPI, que deveria se chamar A.O.C.I. - apelo oportunista de consumismo imediato- está a serviço da manutenção do sistema e para a reprodução do sistema.

Cabe a pergunta: somos nós (na escola) ou os produtos (na indústria) os que são "fabricados" em linhas de montagem? Vou torcer para não reduzirem o I.A.E. Não conhece? É o imposto sobre aluno escolarizado. Aliás, mesmo que se esforçassem, através da política retrógrada, da mídia corporativista ou de legislações burocráticas, ainda não conseguiriam banalizar e destroçar ainda mais a educação escolar quanto banalizam o consumo generalizado. Seria interessante: "Aproveitem, aproveitem!!O I.A.E. foi reduzido, acesso à educação agora é pra todos...qualquer um pode finalizar seus estudos!". Antes fóssemos produtos. Pelo menos teríamos alguma prioridade no investimento, pois teria maior utilidade comercial e maior rentabilidade para o mercado. Essa é a era do consumo: os produtos ganham vida e nós nos tornamos coisas.

Mas e vocês, têm aproveitado os descontos do IPI? Quanto você vale?Já deu nome a sua caneta mont-blanc?

sábado, 27 de junho de 2009

Meu limão, meu limoeiro....


Esse vai ser um blog pra dar vazão a algumas inquietações. Basicamente inquietações do cotidiano e das "esquizofrênicas" relações pessoais hoje em dia (ou da indiferença em relação ao outro). Atravessando a Educação, a Psicologia, a Filosofia e a Linguagem. Tendo sempre a História como fio condutor dos comentários, na espreita do intertexto. Mas também pretendo falar de estórias, poemas, fábulas, metáforas, crianças, vivências, futebol, música, primaveras, jardins floridos e o que ainda resta de interessante e lúdico pra se escrever. Caso contrário, seríamos piores do que limão: amargos, azedos, cítricos! As vezes tentam me transformar em limão, mas eu reluto. E você, faz o que?