segunda-feira, 15 de abril de 2013

E Deus disse...


"Pára de ficar rezando e batendo o peito! O que eu quero que faças é que saias pelo mundo e desfrutes de tua vida. Eu quero que gozes, cantes, te divirtas e que desfrutes de tudo o que Eu fiz para ti.

Pára de ir a esses templos lúgubres, obscuros e frios que tu mesmo construíste e que acreditas ser a minha casa. Minha casa está nas montanhas, nos bosques, nos rios, nos lagos, nas praias. Aí é onde Eu vivo e aí expresso meu amor por ti.

Pára de me culpar da tua vida miserável: Eu nunca te disse que há algo mau em ti ou que eras um pecador, ou que tua sexualidade fosse algo mau. O sexo é um presente que Eu te dei e com o qual podes expressar teu amor, teu êxtase, tua alegria. Assim, não me culpes por tudo o que te fizeram crer.

Pára de ficar lendo supostas escrituras sagradas que nada têm a ver comigo. Se não podes me ler num amanhecer, numa paisagem, no olhar de teus amigos, nos olhos de teu filhinho... Não me encontrarás em nenhum livro! Confia em mim e deixa de me pedir. Tu vais me dizer como fazer meu trabalho?

Pára de ter tanto medo de mim. Eu não te julgo, nem te critico, nem me irrito, nem te incomodo, nem te castigo. Eu sou puro amor.

Pára de me pedir perdão. Não há nada a perdoar. Se Eu te fiz... Eu te enchi de paixões, de limitações, de prazeres, de sentimentos, de necessidades, de incoerências, de livre-arbítrio. Como posso te culpar se respondes a algo que eu pus em ti? Como posso te castigar por seres como és, se Eu sou quem te fez? Crês que eu poderia criar um lugar para queimar a todos meus filhos que não se comportem bem, pelo resto da eternidade? Que tipo de Deus pode fazer isso?

Esquece qualquer tipo de mandamento, qualquer tipo de lei; essas são artimanhas para te manipular, para te controlar, que só geram culpa em ti.

Respeita teu próximo e não faças o que não queiras para ti. A única coisa que te peço é que prestes atenção a tua vida, que teu estado de alerta seja teu guia.

Esta vida não é uma prova, nem um degrau, nem um passo no caminho, nem um ensaio, nem um prelúdio para o paraíso. Esta vida é o único que há aqui e agora, e o único que precisas.


Eu te fiz absolutamente livre. Não há prêmios nem castigos. Não há pecados nem virtudes. Ninguém leva um placar. Ninguém leva um registro. Tu és absolutamente livre para fazer da tua vida um céu ou um inferno. Não te poderia dizer se há algo depois desta vida, mas posso te dar um conselho. Vive como se não o houvesse. Como se esta fosse tua única oportunidade de aproveitar, de amar, de existir. Assim, se não há nada, terás aproveitado da oportunidade que te dei. E se houver, tem certeza que Eu não vou te perguntar se foste comportado ou não. Eu vou te perguntar se tu gostaste, se te divertiste... Do que mais gostaste? O que aprendeste?

Pára de crer em mim - crer é supor, adivinhar, imaginar. Eu não quero que acredites em mim. Quero que me sintas em ti. Quero que me sintas em ti quando beijas tua amada, quando agasalhas tua filhinha, quando acaricias teu cachorro, quando tomas banho no mar.

Pára de louvar-me! Que tipo de Deus ególatra tu acreditas que Eu seja? Me aborrece que me louvem. Me cansa que agradeçam. Tu te sentes grato? Demonstra-o cuidando de ti, de tua saúde, de tuas relações, do mundo. Te sentes olhado, surpreendido?... Expressa tua alegria! Esse é o jeito de me louvar.

Pára de complicar as coisas e de repetir como papagaio o que te ensinaram sobre mim. A única certeza é que tu estás aqui, que estás vivo, e que este mundo está cheio de maravilhas. Para que precisas de mais milagres? Para que tantas explicações? Não me procures fora! Não me acharás. Procura-me  dentro... aí é que estou, batendo em ti."
Baruch Spinoza

E o terrorismo?


A humanidade não precisa de mais Guerra e Terrorismo. Mas precisamos ter uma análise desprovida de emoção e comoção. Sem culpabilizar as vítimas, nem vitimizar os culpados. A geopolítica imperialista dos EUA que sufoca e oprime economicamen...te os países de menor expressão, provoca reações civis, é evidente. As ocupaçõs militares de territórios que não lhe pertencem para conchavos políticos e retornos econômicos em benefício exclusivamente próprio, também. Embargo à Cuba, exercícitos atrapalhando a vida civil no Iraque, Afeganistão e Irã (e agora em estado de alerta com a Coréia do Norte), Baía de Guantánamo administrada de forma abitrária e desumana, a forma ridícula como Saddam Hussein foi enforcado, etc.

Deduzo que todo ataque que os EUA sofre é uma represália ao seu modo hegemônico de ser e se impor ideologica, militar e economicamente ao mundo. Fundamentalistas e totalitários não medem esforços para atitudes kamikazes ou "terroristas", basta que despertem sua ira adormecida. Enquanto houver países opressores, haverá resistência, haverá mobilizações! Nem sempre racionais, é verdade. Mas quem disse que um modelo de governo imperialista num mundo globalizado, de pluralidades culturais, étnicas, religiosas, e de esforços recorrentes ao alcance da cidadania universal, significa um exemplo de racionalidade?

Emoção e (geo)política, definitivamente, são "substâncias" que formam uma combinação tóxica ao cérebro humano!
 
 

Homo Solitarius


Da resistência à adaptação; do medo ao apego; da observação à participação; do distanciamento a aproximação. Essa é sua condição natural. E nada tem a ver com individualismo, mas sim com autoconhecimento. É o modelo que se apresenta como alternativa ao estilo de vida contemporâneo, prezando pela qualidade de vida.

Entender que uma viagem pode ser mais importante que a companhia, que o destino tão almejado é irrelevante, diante do que foi experienciado na trajetória que fizemos para alcançá-lo. A opção por traçar metas rigorosamente objetivas pode ser tão importante quanto o esforço em vão de não alcançá-las ou do reconhecimento das barreiras que impediram seu êxito. Ou, mais ainda, da simples percepção sublime da inutilidade dessas metas.

 O Homo Solitarius vive num “ensimesmamento” em busca de evolução e adaptção. Permitir-se aventuras pitorescas emocionantes, rotinas banais sorumbáticas, o previsível-inusitado, lugares fantasiosos idealizados. Fazer de sua vida uma fábula! Mas não para ser contada, e sim para ser vivida. Sentir e saber fazer uma narrativa se recurvando sobre sua própria fábula, criando capacidades de abstrações, é o passaporte (só de ida) para sublimar o Homo Solitarius e fazer transcender a mais evoluída, rara, admirável e adaptável das espécies humanas: o Homo Criativus.