quarta-feira, 22 de julho de 2009

A Carnavalização das Festas juninas


O São João é uma festa tradicional do nosso calendário. Festa popular que manifesta parte da cultura e do folclore do povo brasileiro, em especial o nordestino. Comidas e músicas típicas, danças, rituais, vestimentas originais, troca de receitas e pratos, festejar, dançar e comer compartilhando com os vizinhos, enfim. É uma festa que ainda consegue (ou conseguia) simbolizar o caráter comunitário, democrático, cultural e histórico dos homens. Justamente porque demonstra a solidariedade quando compartilha, a democracia quando não exclui, socialização quando integra, além da cultura e da história se manifestarem através do folclore junino.


Um fenômeno que vem se tornando cada vez mais comum é a “carnavalização” do São João. Festas de camisa, camarotes de luxo dividindo o público pelo seu poder econômico, a inserção das bandas de axé nos palcos, dividindo as atenções com os forrozeiros, whisky com energético, presença de trio-elétrico etc. Notem que esses artefatos artísticos-culturais, que são todos importados do carnaval, vêm invadindo as comemorações juninas de forma cada vez mais significativa, e já começa, sim, a descaracterizar o São João, que, enfraquecido parece não ter autonomia, e já demonstra parecer um mero “segundo carnaval do ano”.


Cadê os amendoins, as canjicas, os traque- de- massa, as chuvinhas, o rojão, a cobrinha o milho assado, o licor, o trio nordestino, as bandeirolas o mingau de tapioca que tomamos no vizinho (e pegamos seu chapéu de palha emprestado e não devolvemos rs), as camisas quadriculadas, as calças jeans remendadas, os jogos, as brincadeiras? É a “prostituição capitalista” do popular para o pop, do tradicional para o marketing comercial.

A verdade é que a indústria empresarial do carnaval já percebeu há muito tempo o São João como um negócio, um produto de mercado, um terreno fértil para seu plantio e colheita de lucros, e como tal tenta revesti-lo ao seu modo, travestindo os tradicionais costumes do São João em uma logística carnavalesca. “Traje” mais acessível ao consumo, a contratos com cervejarias milionárias patrocinadoras que botam sua marca no lugar das tradicionais e extintas bandeirolas. A idéia de vender um são joão com luxo, conforto e mega espetáculos parece ser mais convincente e viável ($), do que vender ou vivenciar algo mais rústico, primitivo e aparentemente sem atrativos comerciais espetaculosos.
Para delírio dos “foliões-juninos” e infelizmente pra mim, o São João está se “carnavalizando”. Mas que mal há nisso? Afinal na Bahia tudo é festa, não é mesmo?

domingo, 5 de julho de 2009

NÃO CONFUNDA!


Não confunda campear com capinar
Nem jardineiro com carpinteiro
Lampião com lamparina
Nem cangaço com chacina

Cutia com preá
Nem javali com jabuti
Oportunismo com altruísmo
Nem banal com crucial
E urbano com rural
Ou interior com capital

Não confunda leveza com destreza
Nem maestria com simpatia

Frescura com amargura
Fracasso com fracote
pescoço com cangote
Ou deboche com fricote
E axé com pagode

Não confunda atabaque com tambor
Nem timbau com agogô
Rumba com salsa
Nem bolero com valsa

Cisco com fanisco
Nem marisco com petisco
Testamento com documento
e distraído com atento


Brócolis com couve-flor
Nem sofrimento com dor
Não confunda macaco com mico
conversa com fuxico
Mastro com maestro
Nem canhoto com destro

Não confunda sinusite com rinite
Nem bronquite com hepatite
Ou gripe com gastrite

Confunda confusão com compreensão
o sim com o não
o certo com o errado
e o concreto com o abstrato