quinta-feira, 22 de setembro de 2016

Como vai sua saúde mental?

Atento! Vivemos hoje uma guerra sutil. Não física, não de armamentos, mas psicológica. Corda esticada. Não falo de briga partidária, nem de briga religiosa e nem de disputas étnicas ou de gênero. Falo do embate do plano das ideias, o do cotidiano. O confronto é duro, contra adversários perspicazes, ora dissimulados e que trazem muitas adversidades. Me refiro aos custos emocionais que as turbulências políticas, econômicas, civis-sociais vêm causando, ja que todo esse peso conturbado do Brasil atual recai sobre a nossa psiquê, e é lá onde ele vai se armazenar. Se você não dialoga com isso dentro de você, se você não pensa a respeito, a turbulência externa pode lhe corroer por dentro e assim ir definhando o que você tem de consciência e humanidade. Rebobine e perceba. Não permita acúmulos de turbulências. Evite ser "maré cheia", não é disso que estamos precisando agora.
Há uma sensação de tensão social permanente que domina e condiciona o emocional do coletivo. Deprimindo, estressando e que vem extraindo o lado mais extremista e raivoso das pessoas. Os confrontos psico-ideológicos poderiam surgir para causar evolução, mas até então apenas dão indícios que um colapso se aproxima. Ou enfrentamos o colapso social e ideológico, lambendo nossas feridas, ou todos nós, sem exceção, adoeceremos socialmente até que nos tornemos completos invisíveis uns para os outros.
Dicas didáticas para melhorar sua saúde mental: O outro não é seu inimigo. Apenas pensa diferente. Deixe a SUA vaidade e o SEU egoísmo de lado, RACIOCINE e faça, humildemente, a porra da síntese.
Todo e qualquer argumento que radicalmente polarize ou crie obstáculos para as dicotomias, só demonstra a fragilidade, o despreparo e a teimosia do ser humano para saber viver civilizadamente em sociedade. Ultimamente temos vivido de forma bastante truculenta e estressante. São tempos difíceis! E deve piorar. A atualidade do presente dificulta e muito a percepção correta da magnitude do problema. Apenas sentimos ele. A escrita, assim como as outras artes, é uma das formas de tateá-lo.
Cabe a cada um de nós buscar permanentemente um caminho de "aprimoramento espiritual". Nossa saúde mental apenas reflete, na mesma proporção, o quanto de investimento que fizemos para essa caminhada em direção a nossa essência.
O outro tem mais a nos ensinar do que a nos prejudicar, independente da situação. Ultimamente, você tem preferido aprender pacientemente com o outro ou se impõe maliciosamente para evitar de sair prejudicado?

terça-feira, 30 de agosto de 2016

SIGA


Siga pensando.
Siga atuando.
Siga avaliando.
Siga criando.
Siga celebrando.
Siga tramando.
Siga se posicionando.
Siga esperançoso.
Siga amando.
Siga interagindo.
Siga dormindo.
Siga sentindo.
Siga perdendo.
Siga ganhando.
Siga saudável.
Siga socializando.
Siga tentando.
Siga degustando.
Siga sonhando.
Siga respeitando.
SIga perdoando.
Siga gentil.
Siga protegido.
Siga o bem.
Siga alguém.
Siga o mar.
Siga o mato.
Siga o caminhar.
Siga a arte.
Siga a luz.
Siga os sinais.
Siga o desconhecido.
Siga vivendo.
Siga seguindo.
Não me siga.


Siga a si próprio.

segunda-feira, 11 de julho de 2016

pequeno-grande equívoco

Entre fantasia e realidade
confundiu-se:
onde viu amor
era só saudade

quinta-feira, 30 de junho de 2016

Nota fúnebre

- Morreu!
- de quê?
- coração!
- infarto?
- Não...de amor mesmo!

sexta-feira, 3 de junho de 2016

Receita para vida sustentável (8)

Para a dor, chore
Para o amor, demore

Receita para vida sustentável (7)

Para a dor, calma
Para o amor, alma

Receita para vida sustentável (6)

Para a dor, dance
Para o amor, romance

Receita para vida sustentável (5)

Para a dor, senta
Para o amor, tenta

Receita para vida sustentável (4)

Para a dor, cresça
Para o amor, apareça

Receita para vida sustentável (3)

Para a dor, resista
Para o amor, insista

Receita para vida sustentável (2)

Para a dor, regenere
Para o amor, tempere

Receita para vida sustentável (1)

Para a dor, observe
Para o amor, preserve

segunda-feira, 23 de maio de 2016

Construir e destruir

Para que possamos construir algo, um casa por exemplo, temos que passar, inicialmente, pela escolha dos materiais que queremos usar para compor aquela casa, dando a ela algum tipo de sustentação. Cimento, areia, bloco, tijolo, madeira, argamassa, etc.
Depois disso, da preparação e do planejamento ainda sob forma idealizada, damos início a construção da casa. Cálculos, ritmo da obra, pessoas envolvidas, simetria e tudo que envolve o lento processo da construção. Exige esforço, investimento de energia e iniciativa. É trabalhoso. Mas nada que uma bomba de dinamite não possa implodir.
No futebol os times limitados, tecnicamente inferior ao adversário, têm uma proposta de jogo baseado na marcação forte, nos desarmes, impedindo a criação do adversário e saindo rapidamente para o contra-ataque. Um time limitado não tem peças criativas e esquema de jogo para ser protagonista. A construção tática do futebol exige inteligência coletiva aliada a habilidade técnica e, mais uma vez, esforço, investimento de energia e iniciativa. É trabalhoso. Mas nada que, em um lance inusitado ao final do jogo, não possa decretar a vitória do time que se propôs apenas a destruir jogadas.
Na cozinha, para fazer um prato temos que escolher primeiro o que vamos comer, quais os ingredientes necessários, o preparo desses ingredientes, o tempo exato para a mistura dos ingredientes, o tempo adequado para o cozimento e ainda os acabamentos do prato e seus condimentos. Não exige tanto esforço, mas sem iniciativa e investimento de energia, nada feito. É trabalhoso. Mas nada que seus convidados gulosos não possam devorar em 10 minutos.
E as construções nas relações humanas? Estabelecimento de confiança, criação de vínculos, respeito-mútuo, afinidades, empatia, intimidades. Esforço, investimento de energia, iniciativa e também algumas renúncias. É trabalhoso. Essa construção não é pragmaticamente planejada, mas leva muito mais tempo do que a construção de uma casa, do que a elaboração de um esquema de jogo eficaz voltado prioritariamente para a criação de jogadas e muito mais tempo do que confecção de um prato, sofisticado com raio gourmetizador, para uns amigos numa noite de sábado. O tempo entre pessoas é diferente no que se refere a "construção" em relação a esses exemplos. Naturalmente, transferimos para as relações sociais essa "pressa de construção" que nos outros segmentos da vida cotidiana já ocorrem instintivamente, o que pode por sua vez acabar antecipando uma destruição. A construção precoce.
A diferença entre construir e destruir para pessoas está no tempo de investimento e na razão do pensamento. Nada se constrói sem tempo de investimento. Porém, qualquer coisa pode ser destruída com um pequeno investimento numa fração do tempo. Nada se constrói sem clareza, discernimento e diálogo. Qualquer coisa pode se destruir num mero ato de impulsividade.
Portanto, não é mais fácil construir do que destruir. É muito mais difícil construir do que destruir.
Sigamos com as construções que a vida nos permitir.

sábado, 12 de março de 2016

Mulheres, Mulheres...

Onipresentes e universais. O que é uma mulher? Não há ninguém que saiba explicar e não há ninguém que não entenda. Seu comportamemto torna-se um tema sempre presentes nos papos da mesa de bar, na reunião de família, depois do bába, com amigos do trabalho, em viagens, passeios e fantasias.
Fascinam. Enfeitiçam. Também azedam. Fazem homens, os levam ao céu e também ao inferno. Por isso tão polêmicas, tão complexas, tão contraditórias, tão charmosas, tão sedutoras, tão afetuosas, tão gerais e estranhamente peculiares. A razão para ser alvo de tantas confusões, piadas e polêmicas de gênero, advém desse mistério do desconhecido que vocês carregam e que os cativa.
Mesmo com tpm, falas controversas, humor instável, sem senso de localização tempo-espaço, falando um pouco além da conta e achando futebol uma grande besteira (um dia vocês vão entender que não dá pra competir com o futebol). Mesmo assim achamos vocês extremamente interessantes por esses labirintos. Por muitas razões: do desejo impulsionado pela aventura da curiosidade; de uma necessidade masculina pela procura da compreensão e do cuidado; pela busca da paz e da transcendência. De uma busca pela personificação do divino.
Agradecer a existência das mulheres neste dia é reconhecer a fertilidade. Reconhecer a luz em vida. Reconhecer que também merecem seu protagonismo. Reconhecer a matriz da existência. Ter a dignidade de reconhecer que elas merecem nossa devoção, mesmo com todo trabalho que essa devoção possa ter.
O resto é folclore. Apenas, e somente, um grande e belíssimo folclore!

Não banalizem o amor

O amor como condição de bem estar social, de vida civilizada, como muitos idealizam, ainda está distante para nós. O amor é o estágio pleno. A etapa final. Nós, na tendência onipotente em sintetizar tudo, caímos no plano do ideal-romântico que simplifica e oculta a realidade quando achamos que o amor é a cura para todos os males da humanidade. Problema? Solução! Onde estou? Para onde vou, agora! Esquecemos o processo e a trajetória das coisas. Eis então que surge o amor para salvar: "mais amor por favor!"; "eu sou amor da cabeça aos pés"; amai-vos uns aos outros". Podíamos também pedir para uma criança de dois anos que lesse frase numa revista.
Será que as pessoas vão passar a amar, arbitrariamente, da noite pro dia, apenas por terem lido um recado ou escutado uma afetuosa ideologia de vida? Amor é brinde para pessoas evoluídas que vivem em sua busca e o reverencia todos os dias. Amor é destino. Aterrisagem sem turbulência. Não se chega ao destino sem antes vivenciar as doçuras e, principalmente, as travessuras da caminhada durante o trajeto.
O trajeto é o dia-a-dia: é o que você faz quando é frustrado, como você reage quando é hostilizado, como você se sente quando é ignorado. Na adversidade somos esse amor que tanto pregamos? Quando percebemos a doença, logo de cara ja requisitamos o remédio (utópico) "...que se chama amor...tomou conta do meu ser..."
Cumprimentou o zelador do seu condomínio? Deu bom dia ao funcionário da padaria? Foi prudente no trânsito dando passagem aos pedestres que esperam na faixa? E o garçom que sempre te atende, perguntou como ele está, zoou o time dele que foi goleado no fim de semana? Esse é o exercício da trajetória e o desafio que temos para o mundo real: Acessar pessoas. Permitir que outras pessoas tenham acesso a nós. Fazê-las sentir-se gente e a nós também. Ouvir estórias, conhecer histórias. Vincular e gerar cordialidades mútuas.
Ué, e o amor? O amor é outra coisa, derivado da plenitude e de um estágio contínuo de construção. Não estamos nessa Era ainda, infelizmente e nem sei se chegaremos nela algum dia. Como possibilidade, uma via concreta, estamos na Era do acesso. Das acessibilidades. Não só dos aplicativos, mas sobretudo das pessoas. Sem a acessibilidade do afeto, não haverá terreno semeado para uma possível colheita "daquilo que chamam amor..."
"Enquanto isso, na sala da justiça", vamos vivendo a demagogia do amor: cada um alimentando uma perversa-inocência na sua solidária "matrix da compaixão".
"Meu amor, olha só hoje o sol não apareceu...é o fim, da aventura humana na terra..."