Que foi lançado mês passado nos Estados Unidos o DSM-5 (Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais) e com ele novas e modernas patologias?
Que é no DSM que a OMS (Organização Mundial de Saúde) e a
CID (Classificação Internacional de Doenças) se baseiam para classificar os
transtornos psiquiátricos?
Que a compulsão alimentar, agora passa a ser um transtorno
mental definindo a pessoa que apresente episódios de alimentação compulsiva ao
menos uma vez por semana e durante três meses como portadora do distúrbio?
Que a desordem disfórica
pré-menstrual, a forma mais grave de tensão pré-menstrual, que produz
irritabilidade, humor instável, ansiedade e problemas de sono durante a última
fase do ciclo menstrual, agora está caracterizada como um transtorno mental?
Que o luto por perda de ente querido passa a ser um sintoma
da depressão?
Que a necessidade sexual
excessiva por pelo menos seis meses; uso frequente do sexo em resposta ao
estresse ou ao tédio, sem levar em conta danos físicos ou emocionais,
caracteriza o sujeito como portador de transtorno hipersexual?
Então se sofremos por causas
naturais que a vida e sua sociabilidade complexa nos oferece com toda sua magia
e condição de aprendizado, somos doentes. Se buscarmos alternativas pra fugir
destes sofrimentos em eventos prazerosos que julgamos nos proporcionar mais
qualidade de vida, também poderemos ser enquadrados em casos patológicos.
Então, antes que definam meu diagnóstico como portador de TOD - transtorno
opositivo-desafiador (caracterizado por um padrão global de desobediência,
desafio e comportamento hostil/resistência à figuras de autoridade), resta a
pergunta: o que é ser saudável?
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