quinta-feira, 24 de janeiro de 2013

Revanchismo


Tem gente que gosta, mas nunca achei o revanchismo saudável. Traz consigo um cardume de emoções infantis e nocivas... lembrando Roberto Jefersson: trazem à tona os “instintos mais primitivos”. Não é legal quando estamos sob o governo específico dessas emoções. Bom seria se não deixássemos elas se aproximarem, nos afastando delas, mas pra isso precisamos ter consciência de que nossas atitudes estejam sendo motivadas por essas emoções, que causam o revanchismo. Não é fácil. Talvez a construção desse próprio texto esteja sendo motivada pelo revanchismo. Um revanchismo aos revanchistas...(rs). Porém, motivado racionalmente para a escrita do tema e não pela emoção efusiva que ofusca o raciocínio. Principalmente, por uma visão romântica e utópica de extinção do revanchismo entre os seres humanos de qualquer natureza.

 Revanchismo amoroso (toma lá- dá cá), revanchismo político (combater a opressão oprimindo?), revanchismo racial (combater o racismo discriminando?), revanchismo cultural-étnico-religioso (combater a verdade absoluta sem acolher a diversidade). O natural é pensar que está atingindo o outro, da mesma forma como ele prejudicialmente fez em outros tempos. Mas isso contribui para que não haja mais revanchismos? E quem é o mais atingido? O que recebe o “troco”, ou você, que quando esteve em condições de agir para romper com o “fluxo negativo”, pra exterminar um ciclo de condutas que julga inadequadas, permitiu que o deslize do outro (um outro - real ou imaginário- que talvez não valha a pena nem  ser considerado) comandasse as suas ações? Não me parece interessante que esse outro tenha o controle e a autonomia sobre você. A felicidade é o encontro de você consigo mesmo!

Quando se deseja mudança, não se combate o que está se questionando agindo da mesma forma daquilo que você condena (Mandela deu um grande exemplo para a história da humanidade na África do Sul nesse sentido), ou então está caindo na mesma armadilha, sedutora, de reproduzir o mesmo comportamento. A renúncia ao revanchismo passa exclusivamente por uma questão de altruísmo, coerência e sensatez... e obviamente, primeiro assumir e depois aceitar, que somos todos contraditórios.

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