Ouço com frequência ditados e metáforas relacionadas ao
tempo e sua relação com a vida: “que o tempo é o melhor remédio”; “que tudo na
vida tem seu tempo”; “tem coisas que só
acontecem no tempo certo”; “ele vive em outro tempo (tipo, está no mundo da
lua)”; “é alguém além do tempo dele, um visionário.” Fiquei pensando que tempo
seria esse?
Na música, o que dá sustentação, o “esqueleto” da música, é
o tempo dela, seu balançado... o ritmo é o seu “tempo”. Ora mais lento, ora
mais acelerado. A cadência é que conduz quem toca fora ou dentro do tempo, sem
ela a música fica solta. Os músicos esperam o tempo do ritmo pra seguir a linha
fazendo base ou solando e quem toca fora dele está descompassado, atravessado.
Quem dança sem perceber o tempo fica desengonçado e esquisito. (é, de fato é
importante estarmos situados no tempo, sob qualquer circunstância rs). Numa
banda quem conduz o tempo é o baterista ou o ritmista. Os outros integrantes o
seguem. Mas nossa vida não é uma banda, logo, não precisamos de baterista ou
ritmista pra nos conduzir qual ritmo viver, trabalhar, dançar ou tocar. Temos
conduzido nosso tempo ou deixado ele nos conduzir? Podemos ser, nós mesmos,
senhores do nosso tempo...ritmistas de nossa vida, emancipados temporalmente. A
música é simples, e assim a vida pode ser também, se assim quisermos. Seja
fazendo base, solando ou improvisando.
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