Da resistência à adaptação; do medo ao apego; da observação à
participação; do distanciamento a aproximação. Essa é sua condição natural. E
nada tem a ver com individualismo, mas sim com autoconhecimento. É o modelo que
se apresenta como alternativa ao estilo de vida contemporâneo, prezando pela
qualidade de vida.
Entender que uma viagem pode ser
mais importante que a companhia, que o destino tão almejado é irrelevante,
diante do que foi experienciado na trajetória que fizemos para alcançá-lo. A
opção por traçar metas rigorosamente objetivas pode ser tão importante quanto o
esforço em vão de não alcançá-las ou do reconhecimento das barreiras que
impediram seu êxito. Ou, mais ainda, da simples percepção sublime da inutilidade
dessas metas.
O Homo Solitarius vive num “ensimesmamento”
em busca de evolução e adaptção. Permitir-se aventuras pitorescas emocionantes,
rotinas banais sorumbáticas, o previsível-inusitado, lugares fantasiosos
idealizados. Fazer de sua vida uma fábula! Mas não para ser contada, e sim para
ser vivida. Sentir e saber fazer uma narrativa se recurvando sobre sua própria
fábula, criando capacidades de abstrações, é o passaporte (só de ida) para
sublimar o Homo Solitarius e fazer transcender a mais evoluída, rara, admirável
e adaptável das espécies humanas: o Homo Criativus.
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