sexta-feira, 15 de novembro de 2013

Instagramizados

Instragram, é esse aplicativo bacana de fotos que mostra lugares de passeios a viagens, pessoas em festas ou celebrando a vida, comidas de boteco e restaurantes, animais de estimação e tudo que é tipo de gente e como andam suas vidas badaladas. Não há vida monótona nem melancólica no instagram. O grande barato do instagram é editar fotos. Modificando cores, luzes, tons, tirando (ou colocando) sombras e manchas. Editar nuances. Inserir filtros. Nas fotos! Mas até que ponto não reproduzimos isso nas nossas relações, isso de manipular nossa imagem?

 A questão é quando o sujeito fica refém desse filtro virtual, e num gesto automático o transpõe para seu dia-a-dia. Vai mascarando a si mesmo como se fosse as fotos que publica. Configura e “edita” sua auto-imagem de acordo com a conveniência do meio social e insere um auto-filtro denunciando algo que não é. Denunciando apenas para si. Pois para os outros ele é a imagem que o filtro que ele escolheu quis projetar. Hoje é inevitável a influência do meio técnico-digital na subjetividade e nos comportamentos, bem como é inegável sua repercussão na formação da identidade.

 Quem usa e gosta do aplicativo assim como eu, um alerta: cuidado pra não fazer sua vida social refém do enquadramento que a foto exige e acabar ficando “enquadrado”. Enquadramento que cobra instantaneamente um filtro pra embelezar superficialmente e excluir o que ela tem de bom: o original e o natural. Você não precisa ser sua foto. Deixe o filtro apenas pra fotografia. Na nossa vida, em nós e entre nós, filtro mesmo só o solar.

Nenhum comentário:

Postar um comentário